Ódio?
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto, 
Se tanto bem lhe quis no meu passado, 
Se o encontrei depois de o ter sonhado, 
Se à vida assim roubei todo o encanto... 
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto 
Turva o meu triste olhar, marmorizado, 
Olhar de monja, trágico, gelado 
Como um soturno e enorme Campo Santo! 
Ah! nunca mais amá-lo é já bastante! 
Quero senti-lo d’outra, bem distante, 
Como se fora meu, calma e serena! 
Ódio seria em mim saudade infinda, 
Mágoa de o ter perdido, amor ainda. 
Ódio por ele? Não... não vale a pena... 
 

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