segunda-feira, abril 25

Confusa (pa variar) por ti*

Ia dizer amor, mas não sei se é amor. Ia dizer atracção, mas não sei se é só atracção. Por isso, digamos... as relacções entre as pessoas (já perceberam ao certo a que tipo de relacções me refiro) são algo mesmo muito complicado. As pessoas são diferentes de qualquer outra coisa com a qual possamos interagir, e, para piorar, diferentes entre si e por vezes diferentes delas mesmas, desdobrando-se em inúmeros carácteres e autênticas personagens. E por vezes, por qualquer razão ou um conjunto delas, damos por nós atraídos, deslumbrados, fascinados, apaixonados... damos por nós a necessitar desesperadamente daquela pessoa, nem que seja nos nossos sonhos, nas nossas fantasias mais secretas. E por vezes é amor. E por vezes não o é. E qual é a importância de categorizar esta coisa que sentimos, como se arrumassemos as emoções em prateleiras? Não sei. Mas temos a (Ilusão?) que é indispensável definirmos bem as coisas, por isso, cá vai.
A minha primeira questão (não sei quem é o meu remetente, mas agradeço com todas as minhas forças a quem puder responder-me) é como saber que estamos verdadeiramente apaixonados: quando sentimos amor genuíno e grandioso por alguém. A palavra amor está tão banalizada... o próprio sentimento tombou em nós como cai a chuva de Abril! E existe, esse tal chamado amor? ou é só a chama adocicada com carinho e amizade?
Já ouvi dizer (talvez em novelas, quem sabe) que quando se ama verdadeiramente, sabe-se. E ouvi também dizer (Em filmes, está claro) "Não, nunca estive apaixonado na minha vida". Então... e quem já pensou que amou e não amava? e quem pensou que não amava mas amou? E quem padeceu de amor à primeira vista reflectido no espelho para sempre? E em quem o amor germinou, devagarinho, como uma flor cuja semente germina passo a passo, hora após hora? E a quem o amor toca e em seguida se esconde, e baralha, e confunde?
Eu já amei. Não sei se tu já também. Eu já disse "amo-te" quando não amava. Nem sempre digo "amo-te" quando te amo. E sinto-me uma hipócrita por estas e tantas mais coisas, porque... sinceramente, do fundo do meu coração, queria dactilografar todos os meus sentimentos e emoções e expressá-los em palavras com a nitidez de um espelho, ou mais, de mim mesma! Mas se nem eu os conheço... e preciso, óbviamente, de filtrá-los para aos olhos dos outros não parecer inconstante e estúpida. Então preciso de saber. Como saber quando amo. Existem passos? Testes? Ou não à maneira alguma de saber?
Então e a atracção. O que fazer quando todo o meu corpo estremece com a causa única de um pensamento, quando alguém povoa os meus sonhos, os meus dedos, a minha alma, a minha mente...? O que fazer quando só de imaginar a sua voz os meus ouvidos choram de prazer! Quando a minha bouca saliva pelo sabor das suas palavras, como se apenas os seus lábios a saciassem! Quando me desdobro em três e quatro no reflexo do espelho e o vejo sempre em mim, em mim, em mim...! Quando estou louca por ele, e ele não está cá. Quando penso que morro por ele estar. Quando tremo de ansiedade, e o desejo. Não só contacto físico, mas o contacto da sua áurea...! Será que o amo? Ou só estou atraída? Meramente atraída? Absolutamente...
E obcessão? como estabelecer os limites da obcessão? Quando nada mais interessa? Quando mais ninguém importa? Quando preciso de conhecer todos os seus passos, os seus olhos, a toda a hora? Então... e pior.... e não sentir nada. Quando nada me move ao olhar para aquela pessoa mas tenho de a olhar, por alguma razão. Não entendo nada. Algué me ajude. Estou... confusa.

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