quinta-feira, abril 28

Reflexões de uma dor de cabeça

Não agora a sério, até q foi fixe a palestra. Gostei mt das citações e até tiveram razão nalgumas das cenas q edisseram. Há realmente muitos problemas em relacção a cultura em Faro e no Algarve, porque estamos tão convencidos que só a praia e o sol chegam para sermos pessoas felizes. No entanto, a cultura - tanto a música, os livros, o cinema, a dança - contribuem para a nossa formação psicológica e física, para o aumento da nossa auto-estima, do melhor cnhecimento de nós mesmos e dos outros, e em última instância, do mundo. Claro que noutros tempos, apenas uma elite "falavra francês, tocava piano e lia Eça". Mas os tempos mudaram. Eça é de leitura obrigatória. O frances decaiu. A cultura mudou. E a sociedade mudou com ela. (Ou vice-versa). O importante não é voltarmos aos tempos antigos, mas conseguirmos dar a conhecer que a cultura é importante e não faz mal a ninguém - mas nos tempos que correm, em que a imagem conta imenso, é necessário tornar a cultura atractiva. Sim, já ouvi dizer que mesmo assim, os eventos culturais cá em Faro estaõ seeeempre razoavelmente cheios? mas cheios de kem? De uma elite - dos professores de música, filhos de professores de música, amigos do professor de música, alunos do professor de música. De pessoas que tiveram contacto com a música ou com docentes de musica. Não me digam que não, porque já fui a esses espetáculos (com um músico e uma bailarina, sublinhe-se) e lá todos se conhecem. Não é necessário andar no conservatório para apreciar música ou teatro, como não é necessário ter um curso de literatura para apreciar a leitura. É necessário que os eventos sejam mais promovidos, é necessário criar opurtonidades para que os jovens mostrem o que é a sua cultura, é necessário criar instituições que apoiem os jovens nas suas iniciativas culturais - nem que seja necessário arrancá-los das salas de aula. É necessário sim perder a preguiça de ir ali e aqui, é necessário compreender e suprimir as necessidades das pessoas mais carentes antes de lhes impor uma ida ao teatro ou a que quer que seja. Porque a cultua é importante, mas não o mais importante.
E não me lixem - a educação não é anti-natura. Porque está inerente à natureza aprendermos a andar, a comer, a movimentarmo-nos. E o que é a dança senão uma forma mais harmoniosa de nos movimentarmos, se não a supressão das necessidades impostas pela nossa natureza? Não é a curiosidade inerente à nossa natureza? Saciá-la com um livro não é natural? Saciá-la com o som não é óbvio?
Querem que as pessoas vão ao teatro? Criem espetáculos para a primária, que eu saiba, o meu irmão nunca lá foi. Incentivem os pais a irem ao teatro com os filhos, mesmo em algo organizado pela escola, fora do horário. Levem o teatro à escola. Promovam concertos para crianças. Inventem! Mas não digam que a culpa é do mercantilismo. A culpa é sim da sociedade. E o que é a sociedade? Somos todos nós...

Sem comentários: