E do outro lado, mudo, escutava?
mãe.... quem é o meu pai? Há tantos pais... qual é o meu? O teu é o que tu quiseres meu filho. Mas são todos iguais... têm todos o mesmo nome, como é que eu sei qual é o meu? O teu é o que for verdadeiramente teu pai. E como é que eu sei? Sabes, sentes. E se não sentir? Sentes. Mas não sinto. Sentes. E quando sentir, como é que falo com ele? Bem isso depende, depende de qual for o teu pai. Então? Então os meios de o alcançar são diferentes... mas primeiro tens de te entregar. A quem? depende. Pode ser ao teu pai, ao seu filho, a uma casa de pedra e mármore com uma bacia de água santa. Pode ser a um grupo, a uma posição... Mas tens de te entregar. E depois de me entregar, posso falar com ele? Sim, porque aí ele te amará e serás seu filho e irmão dos outros seus filhos. Mas.. não sou seu filho já? Sim... mas é diferente. Ainda não o amas. Amo-o sim, porque sei que ele existe! Só não sei quem é! E se falar para ele agora, achas que ele ouve? Ouve, mas não te atende, só se pedires para o encontrar. Mas isso já peço todos os dias! Talvez ele não goste de mim. Talvez eu tenha feito muito muito mal e ele não goste de mim. Não, ele gosta de toda a gente, porque todos são seus filhos. Mas antes de te entregares, arrependes-te de tudo o que já fizeste e tornas-te uma pessoa nova. Então eu sou uma pessoa má? Sim, aos seus olhos, mas ele ama-te na mesma. Talvez eu não seja seu filho. talvez seja orfão de pai. Claro que não, não digas parvoíces. Toda a gente tem pai. E um dia, vais estar com ele. Vou? quando? Quando a tua alma estiver perparada. Quando? quando morrer?
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