A culpa não é tua
Deixava cadernos abertos cheios de palavras na mesa de cabeçeira, mas não abrias. Fazia desenhos a verde e vermelho e poisava na mesa da cozinha, mas colocavas respeitosamente, virados de cabeça para baixo no armário da televisão, e nem os vias. Punha as fotos que tinha tirado o domingo passado a passar sistematicamente na protecção de ecrã do computador e só vias as poucas imagens de hentay que por lá piscavam. Para ti, nunca foi importante falar sobre isso.
E eu, que a única coisa que espero é um elogio teu, não me confomo.
Não me conformo como tu já te conformaste à tanto tempo.
A culpa não é tua, é minha. Porquê esta ideia patética, porquê esta minha maneira de ser patética, de pensar que só por partilharmos os mesmos genes deverias interessar-te por conhecer o que mais gosto de fazer na vida?
De que importa de quem é a culpa quando é tudo conformidade?
És fria de palavras.
1 comentário:
Compreendo-te. Às xs tb eu sinto k falo para o vazio à minha frente, k quem m devia ouvir ñ ouve nem compreende... Os mesmos gostos não fazem uma relação, mas o silêncio k fica no ar tb ñ.
Bjinhu***
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