Porque tu me achas incoerente
Eu tenho um pé em júpiter e outro noutro lado qualquer. A cabeça na lua e os olhos... talvez numa bolha de sabão que (ainda) não rebentou.
É verdade, não gosto de caber em células com um tamanho pré-determinado. Não faço sentido, não ponho um pé a seguir ao outro, as minhas justificações não são claras e raramente concretas ou justificáveis. Gosto de coisas a mais, e coisas opostas. Tenho dias mais negros do que o preto das bagas do meu jardim. Já me vesti de todas as cores, e já fui viúva dos pés a cabeça. Pequenos momentos fazem-me mudar mais do que vidas inteiras. E escolho momentos imprópros para quebrar o gelo, corto frases romanticas, suo das mãos. Ás vezes minto. Rasgo conversas agradáveis. Violo discussões. Pois claro que gosto de todos os tipos de música. Pois claro que conheço todos os tipos de pessoa. Pois claro que apoio todos os tipos de amor. Não me importa quase nada senão todas as coisas do mundo. E sou louca, e toda a gente mas ninguém sabe da minha vida. Ora digo que sim, ora digo que não.
A minha poesia ninguém a lê. Pois é como várias facetas de mim, algumas não tão pouco popular entre as minhas cidades.
É verdade, não gosto de caber em células com um tamanho pré-determinado. Não faço sentido, não ponho um pé a seguir ao outro, as minhas justificações não são claras e raramente concretas ou justificáveis. Gosto de coisas a mais, e coisas opostas. Tenho dias mais negros do que o preto das bagas do meu jardim. Já me vesti de todas as cores, e já fui viúva dos pés a cabeça. Pequenos momentos fazem-me mudar mais do que vidas inteiras. E escolho momentos imprópros para quebrar o gelo, corto frases romanticas, suo das mãos. Ás vezes minto. Rasgo conversas agradáveis. Violo discussões. Pois claro que gosto de todos os tipos de música. Pois claro que conheço todos os tipos de pessoa. Pois claro que apoio todos os tipos de amor. Não me importa quase nada senão todas as coisas do mundo. E sou louca, e toda a gente mas ninguém sabe da minha vida. Ora digo que sim, ora digo que não.
A minha poesia ninguém a lê. Pois é como várias facetas de mim, algumas não tão pouco popular entre as minhas cidades.
Tu comigo, não contigo, és quadrado
E por isso, nunca poderiamos funcionar juntos.
é pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o misterio profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projecto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é uma sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã...
Nada precisa realmente defazer sentido, quando na nossa cabeça encontramos melhor as coisas desorganizadas.
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