segunda-feira, maio 15

Procura-se: substituto para o amor (sem ser o chocolate)

Estou farta de cartas de amor. De poemas de amor. De narrativas de amor. Do amor itself. Farta do amor a derramar nos olhos verdes, e castanhos, e azuis. Já tive uma quota de amor que ultrapassou (e muito) aquela à que me tinha predestinado. Enjoada de amor como me enjoei daquele livro de histórias de principes e princesas, que na última página tinha uma imagem que jamais me saiu da cabeça: um principe loiro, com uma pele rosada e olhos azuis, vestido com uma armadura dourada que nos braços segurava uma princesa esbelta no seu longo vestido cor de trigo, os seus cabelos doirados escorrendo-lhe pelas costas e atado por um enormissímo laço dourado (se não me engana a memória). Um exagero de amarelo e raios de sol que me deu a imagem que felicidade a mais, como naqueles finais de contos de fadas, era ao certo uma coisa saturante. Pos eu estou farta da essência desses mesmos finais: o amor romantico, que nos afasta do mundo e nos abraça em outro. Os olhares cruzados no escuro, os primeiros e ultimos toques, as noite, os bramidos. Ai... estou farta.
Corro o risco de surgir tola, enganada, iludida. O amor é bom, sim, o amor é tão bom... mas encontro-me agora num misto de impotencia amorosa com um amor vasto demais para selecções. Estou farta de saber que sou estranha demais para que se habituem: porque não conseguem. E o amor, como as pessoas o entendem, é só mais um ritual necessário, um hábito na vida, um ser a mais entre todos. O amor do mundo não é como eu o vivo. É limitado demais. É normal de mais. É já pouco sentido, mais compactado nos gestos e nos pedidos em namoro com uma serenata.
Alguém me disse que há emoções, que os sentimentos são-nas pensadas. Talvez eu pense de mais, e entre cada letra há tantos pensamentos que baralham todas as emoções. Talvez seja só um sentir diferente. De qualquer maneira sinto, porque sinto, que os meus sentimentos não serão jamais enquadrados a coisa nenhum, e a ninguém. Não os sentimentos amorosos. Talvez tenha só manias e nunca ninguém se enquadre a mim também. De qualquer maneira estou farta de pensar nisto. Farta de sentir isto. Farta de ver. Farta, esgotada, saturada, aborrecida. Não quero mais... só me quero sentir igual mas com outra coisa qualquer.

2 comentários:

SuntoryTime disse...

Dou-te Drowned World (Substitute for Love), da Rainha Madonna.

Se não chegar... não sei. =/

Alexx M. disse...

Eu gosto de sentimentos... São mais duradouros do que as fugazes e efémeras emoções. E gosto do amor, embora tb ñ o goste mto cm ele é pensado na sociedade chamada moderna - pk é que tem de ser tudo tão racionalizado e generalizado e tão pco enquadrado em nós? Percebo-te até certo ponto... o resto, tento ñ pensar de mais nisso, ñ vá ficar cm tu - farta de tudo e de nada...
Para ti, minha querida, dou-te o meu ombro se dele precisares. Ñ é bem um substituto para o amor, mas tb ñ é chocolate =P
E lembra-te sempre... gosto de ti*