segunda-feira, julho 24

Doravante

Quando saíste não disseste mais nada
E eu também fiquei calada
Na esperança que as palavras caíssem do teto
(só o pó caiu)
E em cada abraço
Escondia o leve traço
De uma lágrima desenhada
No esboço do meu olhar;
(Mas ninguém viu)
E assim fiquei meio adormecida
Num sonho de verdade
Perfumada pela tua pele na minha
Sem saber com que crueldade me ria por dentro.

Acho que não percebes
E doravente, menos e menos
Destes pequenos apartes de perfeição
- quando consigo guardar o teu cheiro na minha mão-
e no meu pescoço
sinto-me estranha ao saber que posso fingir que estás ao meu lado
Quando o enfado te mergulha em distância
e te liberta da experança
Essa que nem tu sabias que tinhas.

Sem comentários: