Pois...
Sinto-me tão confusa... e cada vez mais. Se por um lado fazes parte da minha vida, e indiscutivelmente, estás quase imortalizado no meu coração, sinto-te a metade, e esta smi-presença tua desmorona pouco-a-pouco a minha alegria, o meu sorriso, aquela loucura que sinto quando a felicidade me deixa voar. Ou seja: despenho num mar de lágrimas. Afundo num oceano de incertezas e sentimentos não correspondidos, lamentos patéticos e rídiculos que afrontam a minha independência.
E depois... sinto que te amo. Que te quero. Que preciso de ti como poucas vezes precisei tão desesperadamente de alguém concentrado num só "Eu". Preciso já não só da tua presença, ou das tuas palavras, do teu carinho - mas também do teu amor, dos teus braços, dos teus beijos. Não é pornografia. É necessidade do teu toque... e não me consigo sentir envergonhada por isso... mas por ter de o ocultar, de rodear a mentira, de fingir...! De consumir as minhas memórias e desejos e orar por ti e por mim, de meditar no nós, e não encontrar uma solução... não a ver... estarei cega? Ou não quererei ver o que está à frente dos meus olhos? Será a solução simples? Não querer mais... escolher não querer mais sofrer por uma coisa que nunca vai valer metade do que já chorei? Não quero acreditar nisso. Sei que vales a pena. Que vales as palavras. E que vales todo o sal do mar. Mas quero viver por entre sorrisos doces, e não salgados. Quero correr por entre prados coloridos, e não mortos de vida, mesmo que o caminho para a cor seja mais negro e coberto de espinhos! Talvez simplesmente eu, para ti, neste momento, não valha a pena. Eu não valho esta dor. Talvez a realidade crua seja mesmo esta: devo esquecer-te a custo e manter aquela amizade que amo, e somente a essa me manter fiel.
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