E nem reparas
Não reparas como o mundo requebra a cada passo teu pois não?
Como a dimensão à tua volta ondula na tua pele
E eriça o peito. O peito do céu.
Quando a tua alma ao léu brilha tão forte (mais que o sol)
E a rua se ilumina por mais camadas de breu que a cubram.
Quando não passas, no teu andar despreocupado
(caminhando certo para um paraíso)
Das janelas espero, e guardo um sorriso
Reservado para ti. Só para ti.
Não reparas como preciso de ti, pois não?
Como o meu desprezo é por vezes
Uma resposta áspera, a conta gotas, da minha afeição
Do não-sei-o-quê que se alojou no meu coração
E que te pede a ti. Só a ti.
Quando vens, toda eu sou eu novamente
E não preciso me procurar em livros na estante
Ou paragens estranhas
Se estou perdida espero sim, que venhas
Porque só em ti me consigo encontrar.
Se não vens, se não ouves, se não estás
Até as gotas de orvalho são más companhias
E as alegrias são sabores sossegados...
Vejo então a acumularem-se nos meus braços
Traços de saudade prensada
Não reparas, anjo, que sem ti
Todo o meu mundo, todo o meu ser
O absoluto da minha existência equivale a nada.
E na minha caixinha de musica
Guardo um mundo de recordações
Um lago de emoções
Que te envio, agora, por aqui.
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