E balanço feita louca do 8 ao 80
É verdade que me esgotei em sentimentos já tantas vezes. E naquelas estradas menos sedosas, fiquei-me por labios roidos e aquela dor afiada e dispersa entre o coração e os olhos. Há alturas, e dias em que tudo o que quero é apagar as faces que me desafiam o bom-humor, a consciencia, os valores. As lágrimas são brutas e nao tao soltas como podem parecer à primeira vista: também elas se tornam rituais estúpidos. Também eu me quebro contra as paredes em raiva e desespero. É verdade que poucas vezes disse tudo aquilo que queria, nem fiz metade. Houve rancores, alegações, felizes para sempre adiados para a eternidade. E ás vezes surgia alguém que me dizia "Não, não devias mergulhar de cabeça. Não caias de joelhos. Não te entregues, don't fall in love - enter slowly" Controlo. Sim é verdade, até me controlo. Até consegui erguer muros fantásticos à minha volta, para controlar o que as pessoas viam da minha entrega total. Afinal, não me diziam que o pior era mostrar às pessoas o quão vunerável estava? Nunca ficar vunerável. Nunca perder tudo.
Pois... eu nunca consegui evitar apaixonar-me. Não sei sequer se alguém consegue. Mas se conseguem, os meus parabéns. Eu nunca consegui não me entregar, pelo menos ao amor, porque nem se quer está na minha alçada! Mas agarro-me à dentada e nem sempre o confesso. Isso é verdade. E não me arrependo: o amor pode corroer-me gota-a-gota mas dá-me uma força e uma vivência mais clara, mais sonhadora: assim, como um arco-iris. O amor não existe nas palavras confessadas, existe dentro de nós. Eu confesso-os a tinta permanente e papel quadriculado, nas teclas desgastadas ou numa mensagem para um bom amigo... É uma forma estúpida de me proteger... mas não do amor, dos objectos amados, que nem sempre são assim tão fiéis. Gosto da forma intensa de viver o amor em palavras salgadas e histerias dançantes.
1 comentário:
Era bom (talvez não) se os sentimentos se esgotassem de vez. Ficávamos livres deles e de tudo o resto que só neles mérito tem... Mas e depois? Ficávamos com o quê? Sem lágrimas, nem sorrisos... restava-nos a completa inexpressividade, a indiferença monocórdica e o silêncio. Será assim tão mau?
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