Ela andava pela rua e admirava o céu laranja do meio dia. E os gatos pardos escondiam-se nas estrelas (que quase caíam dos seus fios de nilon) e a menina sorria. Saltitava (feito capuchinho vermelho) no seu vestido às bolinhas de todas as cores do mundo num fundo preto, e abanava os seus caracois caracois vermelho-dourados, cantarolando. O passeio era feito com pequenas pedrinhas de lua. As árvores eram chocolate e bolo de laranja doce.
O mundo pode ser tudo o que quiseres
Repetia a pequena.
Mas a verdade é que não podia. Ela mentia, a ela mesma, e aos outros. Porque era preferivel mentir a viver sempre de olhos fechados. Ou seia a mesma coisa?
2 comentários:
Talvez o Mundo não possa ser tudo o que quisermos, mas nós sim, nós podemos ser aquilo que quisermos. E se formos o que queremos, será que isso não afecta o Mundo só um pouquinho?
Deixa-a pensar assim. Não é mentira nem cegueira, não. (;
Talvez seja a msm coisa... Talvez seja apenas inocência - a inocência que todos temos em jovens, de pensar que um dia podemos mudar o mundo, transformá-lo num sítio melhor, mais colorido, mas pacífico, mais doce... Essa inocência alegre e pura que se perde com o cinismo do envelhecimento.
Mas vai daí... Será que é mesmo a inocência que nos leva a pensar que podemos mudar o mundo ou será antes a arrogância? E será o cinismo que nos tira essa inocência ou será a sensatez da idade que nos retira essa arrogância?
Tudo depende do ponto de vista...
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