terça-feira, maio 16

Lamento a desilusão das pessoas que não me conhecem

Quantas pessoas viste hoje que podiam ter uma bolha de ti no coração?

Contas nos dedos da mão, e do pé, e do talento; aquelas pessoas que num dia ou outro, involuntariamente, douraram de sentido dos teus passos... quase até deduzires a almofada debaixo da nuca. Ou não... ou abrilhantaram um cantinho da menina dos teus meninos... Não sei.

A ideia é esta: quantas pessoas passearam nas minhas palavras, e correram lado a lado comigo na cidade, que de uma forma ou outra podiam deixar de ser as pessoas para passarem a ser "aquelas pessoas". Aquelas pessoas são: aquelas que deixamos de ver com os nossos olhos, de ligação directa à massa cinzenta, e passamos a ver com a massa gosmenta do coração. É que passamos dias, e dias, e dias (e noites!) e quase que nos aproximamos das pessoas, quase que lhes tocamos, quase que somos nós mesmos. Mas só somos verdadeiramente nós mesmos com aqueles seres sobrenaturais que se atravessam no nosso caminho, quando vamos a 1100 à hora e ainda estamos a falar ao telemóvel! É triste: mas uma tristeza alegre e natural. Passamos por tanta gente todos os dias.. e falamos com tanta gente todos os dias.... e às vezes penso: quantas dessas formigas vêm claramente através de camadas de pele, gordura, músculos e ossos? Por outro lado, ou talvez visto de cima: quantas pessoas com quem nos sentamos 2, 3 ou 4 vezes; e conversamos, ou acenamos e sorrimos; quantas pessoas com quem trocamos centenas de palavras na internet ou que leram mais umas quantas num diploma conhecem aquelas espumas da nossa essencia?

Por favor, desculpem. Perdoem esta minha incontinencia verbal. Esta parcialidade de expressões sobre leite derramado. Estes... arrependimentos para com pessoas que posso ter perdido sem antes ter tido a hipótese (ou ter dado futuras hipóteses) de alguma relação mais próxima...!

Desculpem... se as minhas frases saem tao descontextualizadas e descomprometidas; se pareço idiota, parva, extra-nerd. Eu so queria que toda a gente, cada pessoa do senso planetário olhasse para mim e se reflectisse nas minhas bolhas: e gostasse delas! Eu sei, há sempre alguem que não goste desta agonia que me amarrota a gaguez.

É um arco-íris de metal... e o amor que me gela de medo é o amor que sinto por toda a gente... por isso é que sofro e quebro só mais um bocadinho por cada olhar que se cruza em estranheza.

Lamento a desilusão das pessoas que me conhecem pouco, das pessoas que não me conhecem, quando me conhecem só mais um bocadinho. Não pretendo ser... o que quer que seja. Pretendo ser outra coisa qualquer... só ainda não sei o quê...

Quantos reflexos já vi que têm uma bolha de mim no seu coração?

Tantos quantas pessoas que já se cruzaram comigo na rua.

1 comentário:

T. disse...

epah como é k ainda ng comentou isto??? >:/

o post ta brutal...em mt me toka =)