Um pedaço de ti em mim
Era pequena
Do tamanho de uma pequena força
E da cor da terra
Com braços tacanhos.
Negros seus olhos castanhos
Eram baços como bagas
E nos pulsos jaziam chagas
Auges de ódios na lama.
Nas suas formas roliças
Deitavam-se as preguiças
De tantos olhos que a viam passar...
E ela sorria serena
Como uma praia amena
depois da tormenta acabar.
Mas a lógica enganou-se
O tempo, não trouxe paz a essa pequena negra fada.
Tinham-na condenado deste à tanto tempo
Quando ainda não tinha culpa...
Agora, as razões não valiam nada.
Um coágulo de ódio no seu sangue
Fê-la esquecer as opurtunidades
E entregar-se à vida que lhe haviam prometido
Antes sequer de ter nascido.
Era pequena.
Do tamanho de uma grande vontade
E da cor do engano
Com gritos de morte.
A sorte nunca a ajudou em nada
E sentiu-se manipulada pela corrente
Também ela usou.
Numa vingança-doçura.
Os seus olhos eram amargos como a neve.
E o seu coração um labirinto arriscado,
Sofria e punha de lado
O sofrimento que causava.
Vi-a e chorei por dentro
Porque este sentimento
é de uma angustia impotente.
Não posso mudar o seu caminho,
Que se vende nas ruas do vicio.
Mas dentro de mim, haverá sempre
Um cantinho quente
Para essa pequena e negra fada.
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