terça-feira, agosto 29

Inacabado

Já não tenho paciência para as palavras que se amontam ao nosso lado. Nem coragem de ultrapassar o silêncio abafado (que a ponte que se construiu entre nós pinta). Aquelas frases de sentido repetido, reprimindo em naturalidades amórficas o que não existe. Já nem choro, nem lembro, já nem penso... mas às vezes o imenso nó nostálgico da minha garganta persiste, e insite, e cobre-me de uma memória acinzentada: como os teus olhos nos dias nublados. Pondo de lado todos os momentos menos coloridos da nossa momentânea colectânea de momentos, não me lembro bem de todos os sentimentos que nos fecharam num planalto, longe (tão longe) do resto do mundo. E ainda hoje sinto poisar no meu ombro a borboleta da estrela que nomeaste para mim. Porque és assim?

Na verdade, não sei.
E é com espanto que não me lembro se perguntei.
Por isso cá vai:
1. Como era quando eras criança?
2. E quando foi que cresceste?
3. Gostas mais das noites de lua nova, ou lua cheia?
4. Quando disseram que te amavam, que respondeste?
5. O que te faz feliz?
6. Ainda sonhas?
7. O que quero saber é... quem és?
Porque sim: o mundo pode acabar hoje, amanha, depois de amanhã. E sim, anseio viver e conhecer-te antes que o ponto final chegue.
Sejas quem fores. QUEM ÉS?