domingo, fevereiro 4

Foi uma vez, uma menina crescida

Era uma vez, uma menina crescida. De espírito rebelde, como um sopro de vento inquieto. Ela, gostava de criar, imaginar coisas novas, poucas possíveis, muitas nem tanto. Mas, e, porque existe sempre um mas, as cores e formas, riscos e manchas, que, a menina crescida criava eram estranhos. Para ela não. Não eram estranhos, diferentes talvez, quase a tocar, levemente, a perfeição.
Uma noite, a menina crescida, só, no seu pequeno quarto, chorava. Já não via, os diferentes seres e objectos que habitavam o seu mundo. Estariam escondidos? Não sabia, mas, já podia criar.
Foi então, que a menina crescida se dividiu, matou-se no parto da sua renovada existência. Nasceram, assim, a criança e, a mulher.
A criança, de transbordante vivacidade, pintava tudo o que a sua imaginação lhe ditasse, com a inocência de quem pinta apenas a sua verdade.
A mulher, apenas no seu olhar de brilho recluso, revelava a sua juventude. Tudo o que se desejava dizer, era apenas, o que outros gostariam de ouvir, não se atrevia a sonhar, porque essa, era uma liberdade que não lhe pertencia.
A menina crescida, não foi notada no seu desaparecimento, passaram e ver, a mulher no seu lugar. A criança, não passava de um breve vislumbre de algo ou de alguém ao qual não é dada mais atenção do que a uma brisa de Inverno.

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