sexta-feira, fevereiro 17

Boa Noite

Mergulho entre os lençóis azul-oceano
e busco-te entre as vagas de paz.
Procuro-te nas pregas dos cobertores
e das plumas da almofada
( revestida a algodão-doce, )
mas não estás;

E o ar torna-se pesado, o mundo pequeno.
Quando miro o nada,
finalmente exausta da minha pesquisa,
vejo flutuando partículas de ar ameno
que desenham: o teu rosto, o teu nome,
Vejo entre as minhas mãos a tua alma presa.

É então que as foco com o meu olhar turvado
perante o meu olhar confuso vejo...
- nada, e o meu coração silenciado.
Perante uma lágrima que beijo com a face
Já nem sei de que loucura padeço
Esta em que habito.

Então evito a luz...
E adormeço.

tocas-me na madeixa de cabelo que pões atrás da minha orelha, delicadamente.
afectuosamente sinto a tua respiração quente
o teu mundo num olhar ardente que me segreda amor
paixão
os teus lábios adocicados da cor a que cheiram as amoras
Devoras as palavras que se amontoam na minha mente
E não te importas, e não me importo
Enquanto me tocas e abres as portas dos meus poros
As janelas da minha emoção
A tua pele suave, as tuas veias palpitam
e eu, nem sei onde estou
fugi para dentro de ti
na tua mão que treme
No teu corpo que geme
gestos de sofreguidão.
As nossas línguas dançam e nós, tontos, dançamos com elas.
As nossas mãos serpenteiam juntas
E
Nada.

Acordo assustada.
Oiço do outro lado do mundo, a tua respiração arrastada pelo dia que nasce
E cresce

Dormes. E nem esperaste por mim.
Dormes... e eu ainda espero que digas boa noite.

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