A carta que só eu, acabei por escrever
Oi.
Começo por um oi, é mais tímido, discreto e amigo que um exuberante e alegre olá.
Sei, que não estive presente nos últimos tempos, não foi por desprezo à amizade e carinho que sempre tiveste por mim mas, porque como sabes o destino assim o quis.
Não escolhi ir para tão longe, mas acredito ainda que fui porque assim o estava destinado.
Não te escrevo como a um criminoso, que paga justamente pelos seus crimes, escrevo a um amigo que cometeu um erro. Não te julgo e, não és inocente da morte que vendeste em pequenas doses aos teus clientes e a ti próprio. Contudo não te abandonarei, agora que te sei só, ou obrigado à convivência com aqueles que nada te dizem respeito.
Poderia como muitos, abandonar-te tão facilmente e com a desculpa da evidência de teres sido tu a escolher o teu caminho ou, de não seres da mesma pessoa que foste em tempos. Não o és de facto, como também eu não sou.
Não esqueço hoje o que me ensinaste há anos.
- Se forte, sincera, revolta-te e luta por aquilo em que acreditas – disseste tu mais por gestos que palavras que voam leves com o vento.
Prometo que serei forte por ti, e por mim ao saber-te assim.
Que giro! Isto até rimou, foi por acaso. Um acaso que em ti era pensado mas ao mesmo tempo espontâneo, como numa daquelas noites, onde estávamos todos ao som de um instrumental de tempo limitado para tantos promissores MC’s. Tempo que agora sobra, nem sequer chegando a soar pela ausência das vozes de outros tempos.
Acho que to disse, talvez não da forma como te direi agora que és o homem, tu e o teu irmão, que mais contribuiu para aquilo que hoje sou.
Os homens com os valores e personalidades mais sólidos que conheci e, que algum dia virei a conhecer.
Não vos esqueço, não vos abandono.Aconteça o que acontecer.
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