sexta-feira, agosto 18

Renegado? Não

Existem pequenas luzes inexplicadas, as luzes que aconchegam, consolam, iluminam. Um dia, escuro, e, cruzei-me com uma dessas pequenas grandes luzes. Eras tu.
- Se precisares de falar, sabes que podes contar. Ela tem o meu número – disseste.
Agradeci.
Acabaste por me ouvir, nessa, e em tantas outras tardes manhãs e noites.
Ouviste, aconselhaste e criticaste e ensinaste quando quiseste e sem saberes. E eu, aprendia a cada palavra tua, séria ou brincalhona.

Um dia, adoptei-te para mim, és agora o meu irmãozinho, repleto de tudo aquilo que poucos (quem sabe apenas eu) conseguem ver.
Sensibilidade existente, mas não demonstrada, humildade que só um conhecimento mais profundo pode perceber, amizade que das a quem queres, vestida por uma pele de chocolate e olhar de mel., objecto da minha admiração, do meu amor de irmã.
Não partilhamos pai ou mãe, eu sei, mas não acredito que só isso faz dos irmãos, irmãos.

- Cada um tem o que merece – dizes, também tu.
E o que mereces tu, por seres o irmão que nunca tive mas que sei ter?
Há perguntas que não têm resposta, ou simplesmente não a consigo perceber. Esta é assim. Um dia o saberemos, ou apenas tu.
Imagino um destino, um futuro, onde pequenos sons e notas musicais se dobrem perante a tua vontade, para abraçarem as palavras por ti gritadas e por todos ouvidas. Era bom que assim fosse, mas basta-me sonhar e saber que talvez um dia se realize.

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