domingo, agosto 20

Fabuloso

Não foram as palavras curtas que troquei contigo
Em frases compridas?
Que desenharam as feridas que me beijam à noite.
Foram os teus cabelos adocicados
Ou os teus olhos salgados
Que deixaram este sabor agri-doce no meu coração?

E não. Não me consigo esquecer de ti.

Há tanto tempo que não pronuncio o teu nome
Como um prelúdio amoroso. És sempre uma lembrança
Quase remorço. E forço-me a esquecer-me de ti todo o dia.

Mas a noite guarda a chave da nostalgia pateta do meu corpo
Deturpo o que me disseste, ponho palavras na tua bouca!
Mesmo quando o ódio crepita por entre os dedos despertos
De braços abertos recebo um sonho contigo.
Mas a sombra que abraço é oca;
Apenas um eco antigo do que senti antes.

E desenho no brilho da lua
A tua silhueta crua,
Tentar de novo
Beijar de novo
Sentir de novo
Tocar de novo
Novamente, mas como todas as noites
Saciar esta sede silenciosa que alastra
Que me afasta...

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