quarta-feira, setembro 6

Esperança

Ó mundo por aqui dorme, entre adivinhas e palavras cruzadas, sonhos de princesas encantadas até um beijo fantasmagórico. As borboletas reflectem a noite e o vento gélido cospe-as para longe, para que só sobrem as estrelas ácidas e uma lua dolorosa. E daqui, escondida atrás de umas gotas de vazio, lembro-me daquelas pessoas que fazem os deuses valer a pena. Imagino os dedos gelados dos flocos de neve que esperam, e a água desmontada das nuvens, os espirros de dor na pele branca de uma criança, os passos incertos do mundo, e os direitos tortos. Mas olhando para eles, de perto, com os olhos parados no ponto morto da fotografia, ouço os arrepios do meu pescoço agradecer ao mundo pela esperança que voa nas suas cores, nos seus gestos, nos seus sonhos e esperanças. Nem sei quantos milhões darão a cara pelo mundo, quantos terão medo da luz e do escuro. Mas algo me diz, que há sempre um riso sincero que sintonas teclas dos seus espíritos, e espero, desejo, anseio... para que estas grandes pequenas sensações consigam conquistar o mundo. Mudar o mundo.

O mundo adormece embalado por conhecimentos sussurrados em sensações, enquanto mais uma vez... eu sorrio ao silêncio, civilizadamente mas com uma pinga de felicidade tresloucada.
Não é um deserto que tens na bouca.

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