terça-feira, março 7

velho

O velho estava velho de mais
E pálido (como as pedras da calçada
a cal do muro e as flores que creciam entre as telhas).
Há muito que estava sentado do lado de fora.
Quando passavam as moçoilas (ja velhas)
A caminho da missa
Deixava-se quieto, encostado à parede gelada.

O velho estava velho de mais
E os seus ossos gelados estalavam
Mas ele não gemia...
Mantinha-se calado, a um canto.
Porque também a sua alma estava fria.
E os invernos esgotaram-lhe o pranto.

O velho estava velho de mais
Seco, hirto. Sozinho.
Como os seus cabelos brancos desertos
Ou os seus olhos azuis smi-abertos...

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