quarta-feira, outubro 25

Se me perguntasses de que gosto, talvez te dissesse que é da forma como rapidamente me esqueço da tua face, quando não me lembro sequer se algum dia vou saber de cor os raios dos teus olhos escuros. E num mundo qualquer, diluído no céu roxo, exploraria as contracções da solidão que me joga nos braços da noite, arrastada por pequenas lágrimas doces. Mas só se me perguntasses de que é que gosto é que te diria que é desta saudade flutuante, subentendida, que me faz crescer a vida e alongar a noite (e com sorte, diluír-me também nela).

Não há sentido a seguir quando espaço é negro. Nem há necessidade de ser simples.

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