terça-feira, novembro 21

Finge

Vamos fingir que amanhã pode ser o que nós quisermos,
E que não precisamos de fingir mais ser o que não somos;
Fingir que te posso dizer que vou sonhar contigo
(mesmo quando... provavelmente não é verdade)
Mas não interessa, finjamos que a intenção é que conta!

Vamos fingir que amanhã podemos acordar tarde, lado a lado, num tardio abraço
Mas mesmo a tempo do nascer do sol.
E que num passo estamos na praia deserta
Quente, azul, laranja, e partimos à descoberta
Numa selva de frutos selvagens.

Vamos fingir que o mundo acaba hoje mas dura para sempre
E que num instante nos conhecemos (e a todo o mundo)
E sentimos o mais profundo sentimento de tolerancia
E amor.

Vamos sentir que uma flor é tudo o que sempre quisemos
Que todos os ideais que proclamámos são reais
E que tais coisas como a morte não são tão tristes assim.

Vou fingir, finge por ti também...que a perfeição não é necessária
Enquanto restar um milímetro de corpo sensível à vida.

(Se não como é que dormimos bem?)

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