Finge
Vamos fingir que amanhã pode ser o que nós quisermos,
E que não precisamos de fingir mais ser o que não somos;
Fingir que te posso dizer que vou sonhar contigo
(mesmo quando... provavelmente não é verdade)
Mas não interessa, finjamos que a intenção é que conta!
Vamos fingir que amanhã podemos acordar tarde, lado a lado, num tardio abraço
Mas mesmo a tempo do nascer do sol.
E que num passo estamos na praia deserta
Quente, azul, laranja, e partimos à descoberta
Numa selva de frutos selvagens.
Vamos fingir que o mundo acaba hoje mas dura para sempre
E que num instante nos conhecemos (e a todo o mundo)
E sentimos o mais profundo sentimento de tolerancia
E amor.
Vamos sentir que uma flor é tudo o que sempre quisemos
Que todos os ideais que proclamámos são reais
E que tais coisas como a morte não são tão tristes assim.
Vou fingir, finge por ti também...que a perfeição não é necessária
Enquanto restar um milímetro de corpo sensível à vida.
(Se não como é que dormimos bem?)
Sem comentários:
Enviar um comentário