sexta-feira, dezembro 29

Não dizes nada.
Nada.
.
Nem ficas calado (beijas-me)
Como se curasse tudo.
É quase absurdo como por vezes, até eu acredito em ti.

E é ridículo
(Não, não as cartas de amor que não trocamos)
Mas os fios panos negros que me impedem de te tocar.

Não me podes ajudar, não dizes tu;
Mas pensas.
O teu problema era muito pior,
E resolveste-o tu, não foi?

Por isso não dizes nada.
nada.
. ( E beijas-me outra vez)

Mas entre as palavras que não dizes
ficam as especuladas,
que sao ainda mais infelizes.

Era tão bom que pudesse viver a filosofia teoricamente, como tu a vives.
Que pudesse esquecer as palavras e partir ao prático,
Ao real. Mas dói-me mais saber que finjo que sou real,
do que me dói apodrecer por dentro,
como uma falésia no mar.
Penso quase...

Se te tivesse conhecido à uns tempos, diria:
Não me deixes afundar.

Mas agora, que importa. Já está.

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