domingo, dezembro 3

Standart

Se me disseres porquê que devia dar-te um nome, carregado de um significado (que se alguém lhe deu, não fui eu); então eu dou. Mas tens de me explicar se te posso chamar uma palavra estandartizada, que até os grumos da minha língua já reconhecem de cor. E duvido, lamento, mas duvido, que os teus argumentos LÓ-GI-COS e Ó-BVI-OS façam algum sentido. Prefiro esquecer-me dessas palavras milenares e prestar-lhes o último respeito, inventando para ti a nova cor que ferve nas entrelinhas da minha mente de cada vez que penso em ti.
Não é parvoíce, nem é idiota o que digo: ou não terão já mais mil inventado novas palavras para descrever sentimentos que não se ajustavam a dois limites? Não me deixes escorregar para estupidificantes quedas nominais, se o verdadeiro sentido do que quero dizer reside em qualquer palavra inventada.
Se pudesse renascer quando pintasse o ponto final, juro-te que o faria (Para conhecer do zero, e originalmente, todas as sensações sem nome, englobadas em duas ou três frases). E aí dar-lhes-ia o nome que me parecesse adequado, como deve ser. Mas aí, como nos entenderíamos, se o olhar se cobre de pele e espinhas?
Não sei se me interessa. Só queria dizer-te que gostar de ti não é encaixar-te em quatro definições pré-fabricadas, e muito menos encaixar-me nelas. Já que a gravidade não me deixa voar, deixa-me esticar os pés da minha imagiação e tocar com sílabas nas estrelas.

E se me ofereceres um beijo com sabor a limão, melhor ainda.

1 comentário:

M. disse...

ena, gostei bastante.
"Não me deixes escorregar para estupidificantes quedas nominais, se o verdadeiro sentido do que quero dizer reside em qualquer palavra inventada." "Só queria dizer-te que gostar de ti não é encaixar-te em quatro definições pré-fabricadas, e muito menos encaixar-me nelas. Já que a gravidade não me deixa voar, deixa-me esticar os pés da minha imagiação e tocar com sílabas nas estrelas." brilhante, é tão isto...

até*