Agora é só ar.
Ele era tão real. Estava ali. Se virasse a cara, as suas bocas fitavam-se a dois centímetros, no máximo. Sentia o coração a levantar-lhe a pele do peito, os olhos pesarem de calor. Ele era real. Sentia as pequenas ondas do seu corpo que lhe arrepiavam os pelos dos braços. Continuava a falar e perdia-se na própria conversa, infiel ao seu pensamento. Os cabelos pendiam-lhe para os lados da cara com uma levesa anormal. As mãos dele tocavam ocasionalmente no seu corpo provocando uma sensação arrebatadora, um arrepio na espinha. Quando sentiu os dedos tremerem em contacto com a colcha moveu-se repentinamente. Ele não entendeu, falava de qualquer coisa a qual ela não conseguia prestar atenção. Contou até 5. Até 10. 15. Tinha de se afastar. Ele nunca ia compreender. Era uma loucura. Era real.
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