Diferente
Tó era diferente, o que não é igual, o dissemelhante.
- És diferente – diziam-lhe os amigos, também diferentes entre si aos seus olhos de criança inocente.
- Vocês também são diferentes – gritava com lágrimas que corriam de fio dos seus grandes e negros olhos.
- Mas uns são mais diferentes que outros, e tu és mais diferente de nós – respondeu-lhe um mais autoritário.
Tó resolveu afastar-se, indo ficando sozinho, convencendo-se de que era realmente diferente, talvez até pior que os restantes colegas.
Eles não eram, iguais na verdade, não pela claridade resplandecente da sua pele, mas pela crueldade que demonstravam, ignorância, talvez. Eram afinal, crianças. Episódio que nunca mais, ou apenas vagamente lembrariam.
Mas Tó não esqueceu, nunca…
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