quarta-feira, março 28

Alto

A noite travou o fumo e vomitou um nevoeiro leve. Não havia estrelas - se não as janelas luminosas dos arranha-céus. E a aranha balançava (fingindo que não se importava) sozinha no telhado. O mundo, inevitavelmente repetido, fotocopiava as meninas na rua, cambaleando as pernas nuas e os ombros despidos. (Se por dois segundos calassem os gemidos do bebé do 2º andar...!). E a pequena aranha continuava a balançar, entorpecida, como se a vida não tivesse valor. Romperam dois riscos dourados dos olhos agudos do bicho. Lágrimas?

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